Mateus 4:1 inicia com o que parece ser uma ideia estranha: foi o Espírito que levou Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo. Supõe-se que devemos orar para não ser levados à tentação do diabo: “Não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal” (Mt 6:13, NTLH). Por que, então, o Espírito Santo conduziria Jesus dessa forma?

A chave se encontra no capítulo anterior, quando Jesus foi a João para ser batizado. Vendo a resistência de João, Jesus disse: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3:15). Embora não tivesse pecado, Jesus teve que ser batizado para cumprir toda a justiça, isto é, fazer o que era necessário a fim de ser um exemplo perfeito para os seres humanos e ser o representante perfeito deles.

Na tentação no deserto, Jesus tinha que passar pelo mesmo terreno pelo qual Adão passou. Precisava da vitória contra a tentação que todos nós, de Adão em diante, deixamos de alcançar. E assim, ao fazer isso, “Cristo devia reparar […] a falha de Adão” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 117), só que Ele o fez em condições diferentes de qualquer coisa que Adão tivesse enfrentado. Por Sua vitória, Jesus mostrou que não há desculpa para o pecado, que não há justificativa para ele e que, quando tentados, não temos que cair, mas podemos vencer por meio da fé e submissão. Devemos seguir a orientação de Tiago: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós” (Tg 4:7, 8).

Ao nos mostrar de maneira tão enfática que não há desculpa para o pecado, como esse relato mostra nossa necessidade da justiça de Cristo? Imagine se tivéssemos que nos apresentar em nossa própria justiça, sem essa cobertura e sem a justificação para os nossos pecados! Que esperança teríamos?

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