4. Leia Mateus 19:16-30. Como cristãos do Novo Testamento, de que forma devemos nos identificar com essa história hoje? Que lições podemos tirar dela?

Embora não seja dita muita coisa específica sobre esse homem, podemos captar alguns pontos evidentes. Ele era rico, um homem de posição (ver Lc 18:18), e aparentemente um seguidor muito escrupuloso da lei de Deus. Podemos ver, também, que ele sentia que estava faltando algo em sua vida. Isso lembra um pouco a história de Martinho Lutero; embora fosse externamente um monge piedoso, em seu íntimo, ele estava insatisfeito com sua vida espiritual e lutava para alcançar a certeza da salvação. Em ambos os casos, os homens sentiam que o grande abismo entre eles e Deus não poderia ser tapado por suas obras exteriores. “Esse príncipe tinha em alta conta sua própria justiça. Não pensava, na verdade, que faltasse em qualquer coisa; contudo, não estava de todo satisfeito. Sentia a falta de algo que não possuía. Não poderia Jesus abençoá-lo assim como havia feito às criancinhas, e satisfazer-lhe a necessidade da alma?” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 518).

Algumas pessoas poderiam argumentar que, nessa história, Jesus estava ensinando que recebemos a vida eterna com base em nossas boas obras. Afinal de contas, em Mateus 19:17, Jesus disse: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.” Se essa fosse a única passagem sobre o assunto, seria possível usá-la como evidência para provar esse ponto de vista. Mas numerosas outras passagens, especialmente nos escritos de Paulo, nos ensinam que a lei não salva; apenas indica nossa necessidade de salvação (ver Rm 3:28; Gl 3:21, 22; Rm 7:7). Em vez disso, Jesus devia estar procurando fazer esse homem ver sua grande necessidade de alguma coisa além do que o que ele estava fazendo. Se apenas guardar a lei pudesse dar a salvação, então o homem já a possuía, uma vez que era escrupuloso na observância dela. O evangelho precisa penetrar no coração, ir até os ídolos da alma, e qualquer coisa à qual estejamos nos apegando e que seja um empecilho para nosso relacionamento com Deus precisa ser eliminada. Nesse caso, era o dinheiro. Jesus falou sobre o quanto é difícil um rico ser salvo; contudo, pouco depois desse diálogo, Lucas registrou uma bela história onde exatamente isso acontece (ver Lc 19:1-10).

Se você estivesse na posição do jovem rico, e fizesse a Jesus a mesma pergunta, o que você acha que Ele lhe diria? Pense nas implicações de sua resposta.

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