Desde os primeiros dias após a queda da humanidade, sacrifícios de animais foram o meio escolhido por Deus para ensinar ao mundo o plano da salvação pela graça, por meio da fé no Messias vindouro (ver Rm 4:13-16). Um poderoso exemplo dessa verdade pode ser encontrado em Gênesis 4, na história de Caim e Abel, e na tragédia que se seguiu, relacionada à questão da adoração, entre outras coisas (ver também Ap 14:7-12). Assim, quando Deus chamou Israel como Seu povo escolhido, “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19:6), também estabeleceu o serviço do santuário como uma explanação mais ampla e completa da salvação.

Começando com o tabernáculo no deserto, passando pelo templo de Salomão e chegando ao templo construído após o retorno de Babilônia, o evangelho foi revelado nos símbolos e tipos do serviço do santuário.

Contudo, apesar de suas origens divinas, os serviços no templo e seus rituais eram realizados por seres humanos pecadores e, como ocorre com quase tudo em que as pessoas se envolvem, surgiu a corrupção até mesmo no serviço sagrado que Deus havia instituído para revelar Seu amor e Sua graça ao mundo caído. No tempo de Jesus, as coisas já haviam se tornado tão terrivelmente pervertidas pela ganância e avareza dos sacerdotes, a quem havia sido confiada a realização dos serviços, que “aos olhos do povo tinha sido destruída, em grande parte, a santidade do serviço sacrifical” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 590).

2. Leia Mateus 21:12-17. Que lições há nesse texto para nós, como adoradores de Deus?

Como em tantos outros episódios, Jesus citou as Escrituras para justificar Seus atos, o que constitui evidência adicional de que, como seguidores do Senhor, precisamos tornar a Bíblia o centro de toda a nossa visão do mundo e do nosso sistema moral. Além de Jesus ter citado as Escrituras, houve as curas miraculosas dos cegos e coxos. Tudo isso deu evidências ainda mais poderosas e convincentes de Sua natureza e Seu chamado divino. Quão trágico foi o fato de que aqueles que deviam ter sido os mais sensíveis e abertos a todas essas evidências foram os que mais lutaram contra Jesus! Temendo perder seus próprios tesouros terrenos e seu status como “administradores” e “guardiões” do templo, muitos acabaram perdendo exatamente aquilo para o que o serviço do templo apontava: a salvação em Jesus.

Como podemos nos certificar de que não estamos deixando que nosso desejo de ganhar ou conservar alguma coisa aqui, mesmo que seja boa, coloque em risco o que realmente importa: a vida eterna em Jesus?

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