A purificação do templo foi um ato de compaixão da parte de Jesus. A comercialização estava ocorrendo no pátio dos gentios, e Jesus desejava que Sua casa fosse um lugar de oração e adoração para todos os povos.

Mas a purificação também foi um ato de juízo. Os sacerdotes que administravam o templo haviam desperdiçado sua chance de abençoar todos os povos, e o dia do juízo para eles estava próximo. Se, depois de tudo que Jesus havia feito para revelar Seu chamado divino, aqueles homens ainda se recusavam a aceitá-Lo, que mais poderia acontecer senão a colheita dos resultados de suas próprias escolhas lamentáveis? 3. Leia Mateus 21:18-22. Que relação existe entre o ato de Jesus, de amaldiçoar a figueira, e Sua purificação do templo?

Jesus amaldiçoou a figueira como uma parábola dramatizada a respeito dos muitos líderes da nação judaica que estavam finalmente e irrevogavelmente colhendo o que haviam plantado. Porém, devemos nos lembrar de que essa parábola não estava se referindo a todos os líderes religiosos. Muitos, na verdade, chegaram a exercer fé em Jesus como o Messias. “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6:7). Contudo, assim como a figueira não deu frutos, o mesmo ocorreu com o ministério do templo, que logo ficaria vazio.

Esse ato e as duras palavras de Jesus devem ter representado um grande choque para os discípulos, que ainda estavam tentando entender as lições de compaixão e inclusão que Jesus revelou em Seu ministério. Tratava-se do mesmo Jesus que tinha vindo, não para julgar o mundo, mas para salvá-lo; o mesmo que havia afirmado: “o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9:56). Cada palavra e cada ato em Seu ministério foram devotados a restaurar a humanidade caída, a indicar às pessoas a esperança e a promessa de uma nova vida nEle. Assim, o fato de Ele ter agido e falado de maneira tão dura e decisiva os surpreendeu. Essa foi a razão pela qual Mateus escreveu que os discípulos “admiraram-se” do que Ele havia feito.

Mais cedo ou mais tarde as pessoas costumam rejeitar a misericórdia e a graça de Deus (ver Gn 6:13; 15:16; 19:24; Ap 22:11). Por que é tão importante que deixemos esse tipo de julgamento com Deus, e nunca o façamos nós mesmos, seja a respeito dos outros ou a respeito de nós mesmos?

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