Muitas vezes ouvimos pessoas dizendo que a lei foi abolida na nova aliança, e então elas citam textos que supostamente provam esse argumento. A lógica por trás dessa afirmação, no entanto, não é muito sólida, nem a teologia.

7. Leia 1 João 2:3-6; 3:4 e Romanos 3:20. O que esses textos revelam sobre a relação entre lei e pecado? Complete as lacunas:

“Ninguém será ___________ diante dEle por obras da ______________, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do ______________” (Rm 3:20).

Há centenas de anos, o escritor irlandês Jonathan Swift escreveu: “Mas será que algum homem dirá que, se as palavras ‘beber’, ‘trapacear’, ‘mentir’ e ‘roubar’ fossem expulsas da língua portuguesa e dos dicionários, deveríamos acordar na manhã seguinte temperantes, honestos, justos e amantes da verdade? Essa seria uma consequência razoável?” (Jonathan Swift, A Modest Proposal and Other satires [Uma Proposta Modesta e Outras Sátiras] [Nova York: Prometheus, 1995] p. 205).

Da mesma forma, se a lei de Deus foi abolida, então por que mentir, assassinar e roubar ainda é pecado ou errado? Se a lei de Deus foi mudada, então a definição de pecado também deve ser mudada. Ou se a lei de Deus foi abolida, então o pecado também deve ser, e quem crê nisso? (Veja também 1Jo 1:7-10, Tg 1:14, 15).

No Novo Testamento, aparecem tanto a lei como o evangelho. A lei mostra o que é o pecado; o evangelho indica o remédio para esse pecado, que é a morte e a ressurreição de Jesus. Se não há lei, não há pecado, e então, do que somos salvos? Somente no contexto da lei e em sua validade continuada o evangelho tem sentido.

Muitas vezes ouvimos que a cruz anulou a lei. Isso é bastante irônico, pois a cruz mostra que a lei não pode ser revogada nem alterada. Se Deus não revogou nem mesmo mudou a lei antes de Cristo morrer na cruz, por que fazê-lo depois? Por que não se livrar da lei depois que o homem pecou e assim poupá-lo da punição legal que a transgressão da lei acarreta? Dessa maneira, Jesus nunca precisaria ter morrido. A morte de Jesus mostra que, se a lei pudesse ter sido alterada ou abolida, isso deveria ter sido feito antes da cruz, não depois. Portanto, nada revela mais a validade continuada da lei do que a morte de Jesus, uma morte que ocorreu precisamente porque a lei não podia ser mudada. Se a lei pudesse ter sido alterada para satisfazer nossa condição caída, isso não teria sido uma solução melhor para o problema do pecado do que Jesus ter que morrer?

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