Mateus 4:12 fala do aprisionamento de João, que pôs fim ao seu ministério. Nesse ponto, o ministério de Jesus começou “oficialmente”. O texto não diz por que, quando ouviu falar da prisão de João, Jesus foi para a Galileia; só diz que Ele fez isso. (Ver também Mc 1:14-16; Lc 4:14.) Porventura, enquanto João ainda estava pregando, Jesus teria desejado ser mais discreto para que não surgisse rivalidade?

O verbo grego em Mateus 4:12, muitas vezes traduzido como “voltou” (NVI) ou “foi” (NTLH), pode dar a ideia de “retirar-se”, no sentido de evitar perigo. Assim, com Sua usual prudência, talvez Jesus estivesse tentando evitar problemas.

Zebulom e Naftali foram dois filhos de Jacó (ver Gn 35:23-26), e seus descendentes se tornaram duas tribos que acabaram se estabelecendo na bela região norte de Israel.

Infelizmente, essas duas tribos estavam entre as dez que renunciaram à fé em Deus e se voltaram para as coisas do mundo. Muitos profetas do Antigo Testamento protestaram contra o pecado, o mundanismo e a maldade dessas tribos do norte que, por fim, foram derrotadas pelos assírios, os quais as espalharam por todo o mundo conhecido na época. Por sua vez, os gentios se estabeleceram em Israel, e a Galileia passou a ser um local confuso e obscuro, com população mista. O profeta mais famoso da Galileia foi Jonas, o que pode nos dizer algo sobre o nível de lealdade que a população tinha para com Deus.

Apesar dos problemas da Galileia, havia uma bela profecia em Isaías referente à obscura terra de Zebulom e de Naftali, a qual dizia que até “aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4:16). Em outras palavras, nesse lugar, em que a necessidade era tão grande, onde as pessoas eram consideradas rudes, atrasadas e sem refinamento, Jesus foi viver e trabalhar entre elas. Por mais exaltado que Ele houvesse sido, vemos que estava disposto a humilhar-Se em favor de outros. Vemos aqui, também, outro exemplo de como o Antigo Testamento ocupou um lugar central no ministério de Jesus.

Como evitar a tentação de considerar as pessoas indignas de receber nossa ajuda e nosso testemunho? O que está errado com essa atitude?

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