“É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus?” (Gl 3:21)

Sentindo que seus comentários poderiam levar seus oponentes a concluir que ele tivesse uma visão depreciativa da lei, ou que seus comentários sobre a superioridade das promessas de Deus fossem apenas uma forma disfarçada de desprezar Moisés e a lei [Torah], Paulo fez a mesma pergunta que eles estavam fazendo: “Vocês estão dizendo que a lei contradiz as promessas de Deus?” Paulo respondeu a essa pergunta com um enfático “Não!” Essa conclusão é impossível, porque Deus não Se opõe a Si mesmo. Ele deu tanto a promessa quanto a lei. A lei não está em contradição com a promessa. As duas apenas têm diferentes papéis e funções no plano maior de Deus para a salvação.

1. Quais conceitos equivocados os adversários de Paulo tinham sobre o papel da lei? Compare Gl 3:21, Lv 18:5 e Dt 6:24

Essas pessoas acreditavam que a lei fosse capaz de lhes dar vida espiritual. Suas ideias provavelmente tenham surgido de uma interpretação equivocada de passagens do Antigo Testamento como Levítico 18:5 e Deuteronômio 6:24, em que a lei prescreve como devem viver os que permanecem na aliança de Deus. A lei regulava a vida dos que participavam da aliança, mas eles concluíram que a lei era a fonte do relacionamento da pessoa com Deus. A Bíblia é clara, porém, ao declarar que a capacidade de “dar vida” é uma faculdade exercida unicamente por Deus e Seu Espírito (2Rs 5:7, Ne 9:6, Jo 5:21, Rm 4:17). A lei não pode dar vida espiritual a ninguém. Contudo, isso não significa que a lei seja contrária à promessa de Deus. Buscando provar a incapacidade da lei para dar vida, Paulo escreveu em Gálatas 3:22: “A Escritura encerrou tudo sob o pecado”. Em Romanos 3:9-19, ele se estendeu por uma série de versos extraídos do Antigo Testamento para mostrar quanto somos maus. As passagens não estão conectadas por acaso. Ele começou com a essência do problema do pecado, a atitude egoísta que assola o coração humano e, em seguida, avançou para os versos que descrevem a disseminação do pecado e, finalmente, sua universalidade.

Qual era o raciocínio de Paulo? Devido à extensão do pecado e às limitações da lei, a promessa da vida eterna pode ocorrer somente pela fidelidade de Cristo em nosso favor. Novamente, vemos aqui a grande verdade que impulsionou a Reforma Protestante.

Embora a lei não possa salvar, que grandes benefícios recebemos pela nossa fidelidade a ela? Na prática, que benefício você tem experimentado por meio da obediência à lei de Deus?

Comentários