Alguns cristãos veem o Sermão do Monte como uma nova “lei de Cristo”, que substituiu a “lei de Deus”. Eles dizem que um sistema legalista foi então substituído por um sistema de graça, ou que a lei de Jesus é diferente da lei de Deus. Essas noções são concepções errôneas a respeito do Sermão do Monte.

Craig S. Keener escreveu: “A maioria dos judeus entendia os mandamentos no contexto da graça […]; em vista das exigências de Jesus quanto a uma prática maior da graça […], Ele sem dúvida apresentava as exigências do reino à luz da graça (ver Mt 6:12; Lc 11:4; Mc 11:25; Mt 6:14, 15; Mc 10:15). Nas narrativas dos evangelhos, Jesus abraça aqueles que se humilham e reconhecem o direito de Deus governar, mesmo que, na prática, fiquem aquém do alvo da perfeição moral (Mt 5:48). Mas a graça do reino, proclamada por Jesus, não era a graça sem obras de grande parte do cristianismo ocidental. Nos evangelhos, a mensagem do reino transforma aqueles que a aceitam com mansidão, da mesma forma que humilha os arrogantes, que estão religiosa e socialmente satisfeitos” (The Gospel of Matthew: A Socio-Rhetorical Commentary [O Evangelho de Mateus: Um Comentário Sócio-Retórico]. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Company, 2009; p. 161, 162).

A fé de Jesus Cristo não era nova; era a mesma fé que houve desde a queda da humanidade. O Sermão do Monte não foi a substituição da salvação por meio das obras pela salvação através da graça. A salvação sempre foi pela graça. Os filhos de Israel foram salvos pela graça no Mar Vermelho, antes que fossem solicitados a obedecer no Sinai. (Ver Êx 20:2.)

O que nossa experiência com o Senhor e Sua lei deve nos ensinar sobre o motivo pelo qual a salvação sempre teve que ser pela fé e não pela lei?

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