De todos os ensinos do Sermão do Monte, esse tem sido um dos mais surpreendentes, o mais “radical”. Ser tão perfeito como nosso “Pai celeste”? O que isso significa?

Um componente fundamental para compreendermos essa passagem se encontra na primeira palavra: “portanto”. Essa palavra implica uma conclusão, uma dedução a partir do que veio antes dela. O que veio antes?

Essa não é a primeira vez que uma ideia assim é vista na Bíblia. No livro de Levítico 19:2 o Senhor já havia dito ao Seu povo: “Santos sereis, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, Sou santo.” Em Lucas 6:36 Jesus disse: “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.”

O contexto de Mateus 5:43-48 não está relacionado à conformidade exterior a regras e padrões, por mais importante que isso seja. Em vez disso, o enfoque dessa seção é o amor às pessoas, não simplesmente àquelas que qualquer um poderia amar, mas àquelas que, pelos padrões do mundo, geralmente não amaríamos (porém, isso está relacionado aos padrões do reino de Deus, não de reinos humanos).

O importante a ser lembrado é que Deus não nos pede nada que não possa realizar em nós. Se fôssemos deixados a nós mesmos, sendo dominados por nosso coração pecaminoso e egoísta, quem de nós amaria seus inimigos? Não é assim que o mundo funciona, mas agora somos cidadãos de outro mundo. Temos a promessa de que, se nos entregarmos a Deus, “Aquele que começou boa obra em [nós] há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1:6). Que obra maior Deus poderia realizar em nós do que fazer com que, em nossa esfera, amemos como Ele nos ama?

Sua vida seria muito diferente, agora mesmo, se você amasse seus inimigos?

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