Primeiro, em Mateus 8:18-22, vemos dois homens se aproximando de Jesus com o desejo de ser Seus discípulos. Ambos são sinceros; contudo, alguma coisa parece impedi-los de seguir o Mestre. Jesus, que conhece os pensamentos humanos, foi direto ao âmago da questão. Ele perguntou se o primeiro homem estava realmente disposto a renunciar a tudo, inclusive a sua própria cama, para segui-Lo!

Isso não significa, necessariamente, que os seguidores de Jesus devam perder todas as posses terrestres, mas, simplesmente, que eles devem estar prontos a perdê-las. Jesus então perguntou ao segundo homem se ele estava verdadeiramente disposto a colocar Cristo acima de sua família. À primeira vista, Suas palavras para o segundo homem parecem muito duras. Tudo o que o homem desejava era sepultar seu pai. Por que ele não podia fazer isso primeiro, e depois seguir Jesus, especialmente quando, na fé judaica, garantir um sepultamento adequado para os pais era considerado parte da obediência ao quinto mandamento?

Contudo, alguns intérpretes argumentam que o pai do homem ainda não estava morto, ou mesmo à morte; em vez disso, o homem estava basicamente dizendo a Jesus: Deixa-me resolver todos os meus problemas familiares, e então Te seguirei. Por isso, Ele respondeu de modo firme.

Outro chamado ao discipulado foi feito a Mateus, um desprezado coletor de impostos (Mt 9:9-13). Jesus conhecia o coração de Mateus, que estava obviamente aberto à verdade, como mostra sua reação ao chamado. Jesus certamente conhecia o tipo de reação que produziria Seu chamado a alguém como Mateus, e isso ocorreu, como o texto revela. A partir de nossa perspectiva hoje, é difícil imaginar exatamente qual seria a reação das pessoas daquela época ao chamado de alguém como Mateus, devido ao transtorno que isso representaria à ordem da sociedade. O que vemos aqui é outro exemplo de que o chamado do evangelho é realmente universal.

Leia Mateus 9:13. Embora o contexto seja diferente, como esse princípio se aplica ainda hoje, mesmo quando substituímos a ideia do sacrifício animal pelo sacrifício de Jesus? Isto é, como podemos ser cuidadosos para não deixar que as crenças ou práticas religiosas, ainda que sejam corretas, nos impeçam de fazer o que realmente importa para Deus?

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